A Mágica da arrumação – Marie Kondo

Há 5 anos eu ganhei de presente um livro chamado a Mágica da arrumação – Marie Kondo. Coloquei na minha fila de leitura, mas pra falar a verdade eu talvez nem lesse porque achei bastante estranho um livro sobre organização não ter nenhuma imagem, nem ilustração, só texto.

Recentemente foi lançada na netflix a série Ordem na casa com Marie Kondo. Um monte de gente veio me falar sobre a série e aí, né… Fui quase que obrigada a assistir e inclusive aproveitei pra resgatar o livro esquecido na prateleira.

Nesse artigo vou compartilhar o que aprendi, o que apliquei, o que vou levar pra vida e também o que discordei veemente. Faz parte! rsrs

A mágica da arrumação – Marie Kondo

A mágica da arrumação - Marie Kondo

A série tem 8 episódios, em cada um a Marie visita uma família que tem problemas com bagunça. Diferente dos outros programas, ela não põe a mão na massa junto com os moradores. Ela passa as técnicas por etapas e retorna quando a tarefa é cumprida. Cada casa leva uma média de 30 dias pra ser totalmente organizada.

Pelo que ela explica – e eu super concordo – se você tem um trabalhão imenso pra colocar uma casa inteira em ordem, nunca mais você vai deixar as coisas desandarem. Você toma gosto por organizar e pela sensação de ter tudo no lugar. Por outro lado, se você paga alguém pra fazer por você, em pouco tempo os maus hábitos retornam – se é que foram embora.

Uma coisa que me chamou atenção logo de cara é um ritual que ela tem que consiste em cumprimentar a casa, de joelhos e em silêncio por alguns segundos. Ela não explica a origem dessa prática, mas me pareceu muito interessante substituir o sentimento de cansaço que um lugar  bagunçado proporciona, por gratidão pelo espaço que nos abriga e nos protege.

O método de organização que ela criou chama kondomari. Ele separa os objetos em 5 categorias, pois acredita que organizar por cômodo é contraproducente, pois temos objetos similares em espaço diferentes da casa.

As categorias são:

  • Roupas
  • Livros
  • documentos
  • itens variados
  • artigos de valor sentimental

Ela recomenda começar pelas roupas por ser tratar de um tipo de objeto que não tem o peso da raridade que outros – como documentos, fotos ou livros – possuem. É mais fácil tomar a decisão de desapegar ou guardar quando se trata de  roupas, são facilmente substituídas por outras mais atuais, do que decidir se livrar de cartas escritas na época da faculdade ou de fotos de infância. Por isso a ordem de organização por categorias deve começar por roupas e terminar em artigos de valor sentimental.

O livro todo e o método que vemos na série, se baseiam muito mais na necessidade do descarte do que na organização em si, uma vez que coisas não utilizadas e que acumulamos – todos nós fazemos isso em proporções diferentes -nos roubam espaço não só físico mas também mental e emocional.

Sua estratégia principal de descarte é avaliar o quanto de alegria cada objeto te proporciona.

À princípio isso me pareceu bem evasivo. Então eu deveria ter no guarda-roupa uma peça furada, desgastada, que não valoriza meu tipo físico, só porque ela me traz alegria? Mas ela explica, bem melhor no livro, o sentido de filtrar o que deve permanecer baseado na emoção que o objeto nos proporciona:

“Se não for para que o ambiente e as coisas dentre dele nos tragam felicidade, não vejo sentido em organizar. Você fica feliz usando roupas que não lhe trazem nenhuma sensação boa? Acredita que ter acessórios que nunca vai usar lhe deixará contente? A resposta a essas perguntas deve ser não. Então mantenha apenas as coisas que lhe falam ao coração e tome coragem para jogar fora todo o restante.”

Outro ponto interessante é a recomendação de expressar sua gratidão ao descartar cada objeto, porque até mesmo aquela blusa que você comprou e nunca usou, serviu para te ensinar sobre o que você não deve mais comprar.

Um risco frequente com quem tem certo apego ou se sente preso ao investimento feito nos objetos é tentar arranjar uma “nova utilidade” ao item invés de se livrar dele, por exemplo:

  • Achar que uma roupa velha pode virar um pijama como se a gente não merecesse estar bonita enquanto descansa. Adorei a parte em que ela fala que justamente no momento em que ninguém nos vê é que devemos nos vestir para reforçar a nossa autoimagem positiva.

 

  • Despejar objetos inúteis na casa de outras pessoas. (ops… eu já fiz isso. E recentemente me dei conta que cometi um grande erro, quando cheguei na casa da minha mãe e vi que está cheia de objetos meus que ela quis ficar, mas também não usa.)

 

  • Dar roupas para parentes. Perdi a conta de quantas pessoas já contrataram a consultoria de estilo porque tem um guarda-roupa cheio de peças herdadas de familiares, e não sabiam mais identificar o estilo delas mesmas, já que não tinham muitas oportunidade de fazer suas próprias escolhas e se esforçavam para fazer dar certo aquele conjunto de peças desconexas.

Não tente dar um jeito de não descartar aquilo que não tem serventia mais pra você.

Por outro lado, confesso que o descarte ser o tema central da organização me trouxe um certo incômodo. Em nenhum momento, nem no livro, nem na série, ela menciona o descarte consciente,  como se livrar de objetos (muitos, muitos e muitos sacos de objetos) minimizando impactos ambientais. Pretendo mencionar esse assunto em outro artigo em breve!

Ela também não fala muito sobre como organizar os objetos e também não recomenda a compra de organizadores caros. No caso das roupas, ela fala muito sobre dobrar. Eu, particularmente sempre preferi colocar o máximo de peças no cabide para serem vistas e continuo pensando assim. Mas assumo que testei e gostei da técnica que ela ensina.

“O gesto de dobrar significa bem mais do que simplesmente deixar as roupas compactadas para facilitar o armazenamento. É um gesto de cuidado, uma expressão de amor e gratidão pela maneira que elas protegem nosso corpo.”

Segundo a Marie, o segredo é dispôr as peças de roupa na vertical. Pra isso é necessário fazer pelo menos duas dobras nas peças, para que ela fique num formato retangular de tal forma que seja possível ficar “de pé”, uma do lado da outra, ao invés de uma em cima da outra. quando colocamos uma peça em cima da outra, não vimos e nem lembramos o que tem embaixo. Com as peças enfileiradas é possível ver todas de uma só vez na gaveta.

Apliquei essa técnica nas minhas gavetas e achei o resultado sensacional. Repare quantas peças aparecem na segunda foto que não eram vistas rapidamente na primeira.

Marie Kondo

Marie Kondo

“Nada traz mais satisfação do que encontrar o “ponto ideal”, em que a peça mantém sua forma depois de dobrada e fica “em pé” sozinha. parece uma súbita revelação – então é assim que você sempre quis ser dobrada! -, em especial momento de conexão entre sua mente e a peça de roupa.”

Sobre o que deve ser pendurado e o que deve ser dobrado, achei o conselho bem evasivo. Ela recomenda colocar no cabide todas as roupas que você achar que parecem mais felizes penduradas…

Meu critério é:

  • pendurar peças de tecido plano, que são mais firmes mas amassam quando dobradas e
  • dobrar peças de malha que não amassam e, se ficarem no cabide, acabam deformando por conta do formato do cabide e o peso da própria peça.

Vou falar melhor sobre o assunto em outro artigo.

Agora uma dica que eu imaginei que não faria diferença e me surpreendi totalmente: Posicionar os cabides apontados para a direita.

Eu já me sentia altamente organizada por ter todos os cabides iguais (falo sobre isso nos stories do insta) e todos virados para o mesmo lado. Posicionando ao fundo as roupas maiores – tanto no comprimento da peça, quanto da manga – e também mais pesadas. E à frente as peças mais leves e curtas. Isso ajuda com que peças pequenas não fiquem perdidas entre as maiores.

No entanto, a Marie indica que os cabides estejam virados especificamente para o lado direito. Fiz a mudança e, curiosamente, me senti muito melhor visualizando as peças nesse sentido. Confira as fotos abaixo:

Marie KondoMarie Kondo

O que achou do método Marie kondo? Você pode também deixar seu comentário lá embaixo! Isso me ajuda a escrever mais coisas interessantes para você.


 

 

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